conversinhas transversais no MAM

Foi a primeira de muitas conversas de que participei no Zigue Zague, algo como um monte de gente lá para pensar MODA, em todos os aspectos, de diversas áreas. Expressando vontades de que a moda tem que sair deste ar "glamour" que tem e virar realidade para todos. Não só para alguns que se interessam em saber que moda é mais que design, mas sim para todos os outros habitantes, principalmente do nosso país, que não sabem que a moda é mais do que vestir.
Hoje a conversa foi neste tom de democratizar a moda, e as mentes brilhantes da vez foram:

* Carolina Semiatzh e Teca Pasqua que são as criadoras do projeto Novo, acessem o blog, o projeto delas é bem legal, algo em torno de encontrar novos talentos, mas com um novo olhar. É bem interessante.

* Tatiana Rovina, formada na faculdade Santa Marcelina, trouxe um tema polêmico, o consumo da moda no Comando Vermelho no Rio de Janeiro, um trabalho muito bem colocado, que agregou muita informação a todos que estavam na palestra, pois nos fez enxergar, (pelo menos eu enxerguei,rs ) de que o consumo não é só do "nosso" jeito de consumir,onde temos a informação, temos a vivência no meio que cultua esta moda glamour e desejamos ter algo. Também há um outro consumo, que parte deles ( Comando Vermelho ) e de forma diferente da nossa, eles cultuam uma pessoa que se veste com uma certa e tem o poder de um morro todo, e isto é um desejo deles, eles desejam a mesma ascensão na facção, com os carros de luxo, roupas de marcas e todo o ouro que eles tem direito.
As grifes que nós desejamos e vimos como uma porta para um grupo ou um outro nível também é visto da mesma forma por estes que vivem e fazem parte do Comando Vermelho.
Foi muito bom estar lá e aprender um pouco mais sobre este lado da moda que todos nós vimos, mas "não vimos" não?

* Regina Barbosa, falou sobre o trabalho dela, sobre arte, relacionou os assuntos e trouxe grandes gênios da pintura para explicar sobre a diminuição de distâncias entre as imagens e a moda.

* Luciane Glaeser falou sobre o trabalho dela também, sobre seres contraditórios e abriu a nossa mente para que não parássemos no que nos é dado. Temos que deixar com que o imaginário nos leve para outras criações e consigamos assim subverter o que é imposto.
Nos lembra que se olharmos para qualquer coisa prestando atenção aos detalhes ou se conseguirmos ler as entrelinhas, acharemos mais histórias, mais criações e surgirão mais idéias, e disse algo que ficou gravado de profunda importância para todos: " as idéias não reconhecem limites. "

Então, foi ou não foi incrível?
Além disso, a Madu foi a responsável por nos apresentar estas pessoas maravilhosas, ela é pesquisadora de moda e integra as mentes brilhantes do SENAC. Além da queridíssima Cris Mesquita que foi minha professora no SENAC e é coordenadora do curso de pós do SENAC moda, também estava lá.

Foto: Luciana Glaeser, Teca Pasqua, Carolina Semiatzh, Regina Barbosa, Tatiana Rovina, Madu e Cris Mesquita.

De tudo isso, posso afirmar que sai de lá com vontade de fazer algo pelo "outro", para que o "outro" possa entender moda do jeito que nós vimos hoje, de forma democrática.
Torço para que o mundo da moda se abra para que a informação possa chegar a todos.
E SPFW, ai vai uma crítica : PORQUE NÃO HÁ UMA COTA DE CONVITES PARA ESTUDANTES DE MODA?????

Hoje foi levantada esta questão lá também. Eu comprei a idéia.
Nós, da moda, somos uma força e acredito que temos que nos mexer para que hajam mudanças positivas para o "nosso" meio.

O Brasil é um dos países mais atrasados em relação a moda, mundialmente falando, a evolução faz parte, mas façamos isso de uma forma mais ampla né?

Beijos.
Amanhã tem mais.